31 de agosto de 2011

Carta Aberta aos Deputados Federais

Excelentíssimos  Senhores  Deputados
Recentemente o País ficou estarrecido com a seguinte declaração do Deputado Federal Sérgio Moraes (PTB/RS): “estou me lixando para a opinião pública”, e ao proferir esta frase que chocou grande parte da Nação Brasileira, ainda afirmou que tinha plena certeza de sua reeleição.  Esta atitude pareceu um completo desrespeito com os eleitores do deputado supracitado. Pois em um primeiro momento ele afirma não se importar com a opinião de quem o elegeu para em seguida declarar que eles repetirão a façanha lhe concedendo mais quatro anos de mandato. Definitivamente, a inteligência do povo brasileiro foi subestimada, ao menos era o que pensávamos. Mesmo tendo dito isso, Sérgio Moraes foi reeleito com uma excelente votação.
                Este fato abriu um precedente. Ontem a Câmara de Deputados corroborou a máxima do deputado do PTB e literalmente “se lixou para a opinião pública” ao rejeitar o pedido de cassação da Deputada Jaqueline Roriz por 265 votos secretos. Nenhum dos digníssimos deputados defendeu a colega no palanque, mas sob a proteção do anonimato a absolveram.
Ética e honestidade são coisas que vêm de berço. Ainda hoje lembro a severidade com que minha falecida avó tratava as coisas que fugiam às regras da moral. Uma pessoa não se torna honesta somente porque assumiu o mandato de deputado federal, de modo fica totalmente fora de propósito a alegação de que a cassação não era cabível porque o ato ilícito ocorreu quando a mesma ainda não era deputada. Para admissão em vários cargos públicos, em que se exige alto nível de idoneidade, é feito exame da vida pregressa do candidato. Não vejo motivos para esta exigência não ser válida para um deputado.
          Quando uma pessoa é proba, ela o é a vida inteira. Diante de tantos escândalos políticos que aviltam nosso País, como os dos transportes, por exemplo, esta decisão da Câmara dos Deputados veio a dar um duro golpe na visão da instituição junto à sociedade. Assim como comprometeu a governabilidade no Brasil. Se os senhores lerem os jornais e sites de notícias e verificarem os comentários dos leitores perceberão que este fato colocou um ponto de interrogação na mente do cidadão: “será que esta decisão não foi tomada diante do temor de se abrir um precedente?” Sinceramente, a Nação está chocada. Quando todos esperavam o marco inicial de uma postura ética no Brasil, veio esta decisão que surpreende a todos, ou não.
Como diria o falecido Renato Russo: “que País é este?”
Carlos Armando N Dias

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