19 de junho de 2010

O poder do voto no combate à corrupção

O Brasil vive uma polarização política muito útil aos corruptos. Basicamente temos dois pólos: petistas e anti-petistas, estes últimos liderados pelo PSDB. Diariamente presenciamos debates acirrados, nas ruas, nos meios de comunicação, nos blogs, etc. Trata-se de um tema apaixonante e, como toda paixão, devemos ter o cuidado de não nos deixarmos cegar por ela.

Quando o assunto corrupção está em pauta ficamos indignados e imediatamente apontamos os casos ocorridos no lado oposto. Argumentos são cada vez mais fáceis de encontrar, basta lembrarmos o mensalão, o caso DETRAN, entre outros. Enfim, diariamente os meios de comunicação nos brindam com notícias sobre a matéria. Todos nós, contribuintes, estamos cientes que o dinheiro desviado com atividades ilícitas na Administração Pública diminuí o grau de eficácia das políticas públicas. São milhões e milhões de reais que deixam de ser aplicados em saúde, educação, saneamento e outras demandas da população.

O ponto crucial é o seguinte: não devemos ser tão ingênuos a ponto acreditarmos que existem corruptos apenas entre aqueles com os quais não concordamos. O fervor com que algumas pessoas debatem política pode fazer com esses eleitores não enxerguem as negociatas feitas por aqueles que apóiam. Todos nós votamos em alguém para deputado, vereador, etc. Que tal se nós começássemos a cobrar ética daqueles que elegemos ao invés de somente apontarmos os erros dos adversários? Isso seria muito útil, uma vez que o político, ao perceber que seu eleitor está cobrando uma postura mais ética de seu partido, será mais cuidadoso em suas ações. O bolso é a parte mais sensível do "corpo" para todos nós, assim como o voto é para os políticos. Com certeza alguém que foi multado ao ultrapassar um sinal vermelho será mais cuidadoso nas próximas vezes. O mesmo cuidado espera-se dos candidatos, pois diante da iminência de não serem eleitos terão que ser mais éticos no parlamento ou no executivo.

Portanto, não podemos desperdiçar essa ferramenta tão poderosa que a democracia colocou em nossas mãos. Ao analisarmos aquele que pede nosso voto, devemos questionar se o candidato é merecedor de nossa confiança, se suas idéias estão de acordo com as nossas, e principalmente, se ele age de acordo com o que prega. Esse exercício de cidadania apenas tem seu início ao apertarmos a tecla "confirma". É mister que exerçamos uma fiscalização constante das ações daqueles que elegemos a fim de verificarmos se merecem que o crédito seja renovado nas próximas eleições. A utilização do poder do voto é o instrumento mais importante de combate à corrupção por ser a linguagem que os políticos mais entendem.

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